terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A CAIXA DE PANDORA - GE DIAS






















O quarto escuro. O cigarro aceso. O medo. De quê? De tudo, de não sei quê. O medo dói. E a dor doía fundo nele. Mas ele escondia a dor. Dentro de uma caixinha bem cerrada. Ninguém chegava lá, nem ele. Mas de vez em quando a caixa se abria. E envenenava tudo. Aí, o som era de dor, o riso era de dor, o prazer era só dor. Mas ele lutava para mantê-la bem cerrada. Fazia de tudo para parecer alegre. Mas a alegria doía. Era de mentira, fabricada por coisas extra-reais e substâncias tóxicas que envenenavam o corpo. Mais que a dor.
Às vezes a dor escondida até que ficava quietinha um pouco lá dentro e ele parecia quase feliz. Parecia acreditar. As portas do prazer se abriam, a percepção ficava forte. A esperança surgia. Mas não durava. Algo fazia a maldita caixa se abrir de novo e tudo se perdia.
Ah, a dor. Dentro da caixa de Pandora ficava. Mas abria. Abria e fechava. Era cruel. Ele sabia que precisava soltá-la para que junto também saísse a esperança. Mas tinha medo. Ela era muito forte, essa dor. E se ele sucumbisse? Não, não. Nem pensar. Deixa ela lá, presa. Vai que junto com ela vem também o mal e então o que faço? Mas era tão terrível guardar essa dor!
Então ele foi para o alto da montanha. Contemplou o pôr-do-sol, viu nascer as estrelas, olhou o mar lá embaixo, as árvores. Tudo era tão bonito! Ele não agüentou. Começou a chorar. Depois a gritar. Gritou tanto e o mais alto que pode. Até que uma luz surgiu em seu peito e se expandiu para o resto do corpo. Atravessou-o todo e ele se sentiu derretendo. Foi quando viu que não era mais ele. Tinha se fundido às pedras e chovido toda a dor do mundo.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Silêncio


Os longos silêncios que pareciam feitos dos tentáculos de algum animal mítico. Eram eles que mais a incomodavam. Silêncios cheios de um vazio imensurável e tão vazios que faziam seus ossos doerem. O silêncio invadia todos os mundos em que ela navegava e até as almas andavam caladas, nenhum sussurro a seguia pelos cantos frios da velha casa escura, nenhuma sombra se escondia nas gretas.

Os remédios a tornavam surda a tudo que fosse incomum ou interessante. Ela suspirou e empilhou as panelas, guardou cada prato e copo em seus devidos lugares e depois voltou à massa de pão que descansava sobre a mesa já enfarinhada, onde sovou até que tudo ficasse liso e perfeito, sovou até que os reservatórios de medo estivessem vazios e ocos como a casa estava, sovou até que os nós dos dedos doessem. Depois colocou a massa para descansar e os pensamentos voltaram enquanto ela sentava quieta sem nada mais a fazer além de pensar no marido distante ou lembrar de como eram os movimentos do bebê sob sua tenda de pele.

O bebê tinha sido sua esperança de que o vazio desaparecesse. Na verdade, ele se tornara seu único refúgio a única coisa que tinha se permitido imaginar, a única esperança de futuro, mas agora não havia nada, apenas a lembrança daquela boneca morta que tinha uma pele azul de fada.

Os remédios vieram depois, caixas tarjadas de vermelho e preto que a faziam outra, talvez alguém mais aceitável, alguém que pudessem salvar.O céu estava claro e ela ergueu o rosto, estendeu seu espírito até a entrada da floresta onde sabia que a lua se espraiava e quase pôde ouvir os sussurros enrugados dos espíritos perdidos, podia senti-los agora, mais próximos do que em qualquer outro momento anterior.

Voltou rápido e agradeceu por estar sozinha. Não havia perigo de ser vista imaginando. Foi deitar e da cama ouviu quando um dos espíritos abandonados derrubou as panelas, pensou vagamente que ratos eram mais fáceis de controlar do que espíritos com senso de humor duvidoso.

Não tomou os remédios, mas empilhou as pílulas num canto do criado mudo. Olhou um pouco para elas , depois vestiu a camisola, apagou as luzes e caminhou no escuro, quando chegou à cozinha o espírito arranhava a porta e ela bocejou enquanto refazia o intrincado equilíbrio das panelas.

Lá fora o vento zumbia nas árvores, o ar se tornava subitamente gelado e os sussurros quase se tornaram uma palavra. Pensou vagamente no quanto os espíritos podem ser aborrecidos quando eram ignorados, despiu a camisola e enfiou-se nas cobertas. Sonhou que amamentava a pequena fada e que ambas tinham asas.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

B E I JO

MARIANA VALLE

Beijo de língua molhada,
safada, cremosa.
Beijo de boca gostosa, carnuda,
lábios chupando teu mel.

Beijo que me leva ao céu.

Mordida de leve - delícia! -
beijo terno ou com malícia,
beijo com fogo de quero mais.

Beijo que me deixa em paz.

Beijo, beijo, beijoooo...

Na face, pescoço, nuca,
“dizer segredos de liquidificador”.

Beijos calientes, tarados,
beijo com pressa, calor.

Beijo, ah o beijo...

Beijo de amor.

A mais perfeita tradução do desejo.

Tudo sempre começa e acaba no beijo.

Para ler mais textos da autora, clique aqui.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Decadénce - Flá Perez

Nem é preciso ser sherlock pra notar,
mesmo com os badulaques usuais,
e sem os gorros, cachecóis
dos poetas marginais,
que não sou mais chic como era antes.

Ontem foi o fim:
comi baconzitos com espumante!


domingo, 29 de novembro de 2009

homem




HOMEM

Não te quero assim
Guerreiro cansado
Não te quero assim
Perfeito lutador
Homem imortal
Sem defeitos
O grande.
Não te quero forte
Não te quero santo
Não te quero macho
Dominador.
Não te quero, homem
À imagem e semelhança de Deus.

Eu te quero assim, fraco
Mais parecido com o demônio
Eu te quero assim, mortal
Cheio de defeitos,
Humano apenas!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ARCANO 16



o vento brinca com a árvore na janela
e tua voz vem riscar a vidraça

é tão tarde

quando sussurras teus versos
em rimas surreais
que deslizam pelos meus sonhos
junto com umas lágrimas descabidas

é tão tarde

para riscar peles e vidraças
até os mortos sussurram
longas árias
em cadencias insanas
enquanto você chora
em rimas perfeitas
murmura histórias arcanas

versos
música
hosanas e teu corpo

é tão tarde

eu sussurro
os mortos mentem
em línguas mortas
enquanto a tua desliza
no céu da boca
segredos estelares
bobagens seculares

mentiras de vento e folha
que eu finjo não ver
nesse gozo esquecido
perdido entre as frinchas da noite
eu entendo
tudo, ou quase tudo,
de tudo que nunca entendi

meus olhos ardem
e te esquecem um pouco mais
fecho o livro sem pressa
guardo o poema junto aos meus
que dormem sozinhos

teus mortos sussurram
é tão tarde

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Agora


Não quero ser tua na rua,
quero ser nua na tua, no quarto.
Não te quero só meu,
quero você e eu.

Não quero teu papo
de amor, ilusão, o que for.
Te quero de papo pro ar
comigo a rolar pelo chão...

Não quero a tua cara amarrada, teu drama.
Que nada!
Quero brigar na tua cama, ser tua sacana, insana
e não namorada ajuizada!

Não sou de fachada
e nem te preciso pra isso.
Te quero sorriso, desejo
e tudo o que sinto quando te vejo.


Não quero tentar,
ou fingir que é sério.
Vamos apenas gozar
esse nosso mistério.

E se, algum dia,
(quem sabe?)
o sentimento rolar,
deixa ele crescer
e a gente vê no que dá.


foto: Alexandre Grand
Modelo: Larissa Guitarrara

sábado, 14 de novembro de 2009

O Silêncio que Cala

(Sonia Cancine)

Do novelo de fatos estranhos
O maceramento dos olhares
Do exílio, intacta indignação.

É limítrofe
(a insanidade e a lucidez)
Nos ventos álgidos
Que encobrem meus passos
Entre ruas laceradas da Terra.

Queria um Silêncio absurdo...

De gritos lascados
De lágrimas gritantes
De cada gota de sangue
De cada lágrima derramada
Da arena da vida

Mas um silêncio profano e de pupilas ardentes
Pôs-se a caminho, tendo às costas a ninhada.

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sábado, 7 de novembro de 2009

Fanatismo - Flá Perez














Sem qualquer respeito

ou nenhum tato,
sem algo que o impeça

e súbito,

esse clichê de peito cheio invade,
esmorecendo os muros
da ExcentriCidade.

E dói desabrido, chega aos olhos
e num desbordamento tanto,
molha intenso

-corpo escorrendo
ainda
pelas pernas-

É o bicho mais feroz,
um cantochão aflito,
são os meus gritos procurando ecos
nas trajetórias dos comentas mais longínquos

e vibrando inversos,
desarmônicos,
malditos.

É ele! Ah, ainda ele!
Um aleijão platônico,
carneando Prometeu na minha frente,
consumindo minha pele, alma,

quintessência jônica.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Doce Bailarina no Jardim



As flores alaranjadas daquele imenso jardim sorriam para ela, em um dia limpo de verão, com nuvens pincelando o céu, espalhadas por uma brisa fina e constante. Seu coração seu encheu de gozo e bailava em meio às flores dançantes daquele dia. Os raios solares atingiam seu rosto pálido que se transformava em luz, rodopiando e cantando alegre. As sapatilhas se enchiam com a terra vermelha que explodia junto com suas passadas tortas e quase desajeitadas.

Bailaria o dia todo, a noite toda, todos os dias, eternamente. Feita de forma única, a bailarina rodopiava entre os arbustos e flores, galhos roçando, atrevidos, seu corpo frágil, ágil, contudo. Menina pequena, corpo de mulher. O olhar trazia todo o mundo e seus sentimentos mais densos e quase esquecidos. Os homens não viam lógica em sua dança, nunca poderiam; tiveram seu coração congelado, incrustado num peito gélido. O amor se transformou em fumaça branca e efêmera, subindo e sumindo num céu pesado, aguardando o início de uma chuva ácida.

A bailarina girava com passos curtos, os pés cansados e sofridos. Seu cabelo úmido balançava aliviando o calor do sol que a banhava. Uma mulher roliça desatou a chorar e levou uma bronca pública de uma velha. Alguns homens tentaram intervir, queriam fazer a moça parar, à força se necessário.

As pessoas que a vislumbravam, uns maravilhados, outros insultados, começaram a resmungar e, logo, o resmungo virou burburinho, e já havia uma grande confusão. Os girassóis viraram de costas para as pessoas e apoiaram a garota. Seus olhos brilhavam e o sol, a convidava a continuar sua dança ousada.

A terra foi ficando firme e resistente. As crianças começaram a aplaudir, os homens as recriminaram, algumas mulheres brigaram com eles. Os aplausos foram ficando mais fortes, as crianças assobiavam, as mulheres aclamavam e choravam, os homens estavam indignados, não sabiam como fazê-la parar.

A bailarina sorriu, antes do último suspiro. Havia crianças dançando com ela e algumas mulheres começavam os seus primeiros passos quando um som surdo e seco ressoou no ar. Ninguém conseguiu identificar o que era ou de onde vinha, mas viram a bailarina cair com seus olhos vidrados e seu corpo frágil ensanguentado.

Gritos, desespero, logo a pequena bailarina já não estava mais ali. No entanto, não conseguiram conter a semente que ela plantara, outras bailarinas apareceram. Abatidas como pássaro triste, no início, mas persistentes e tantas, que foi impossível aos homens abaterem-nas. As crostas dos corações gélidos estavam derretendo.
 

domingo, 1 de novembro de 2009




Tua boca

algo
tão
doce

quão

algo
dão
doce

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SEU PAPEL


SEU PAPEL


No quarto
Uma escrivaninha
uma gaveta

Encontro você

Meu amigo de todas horas
Escutador de minhas paranóias
Me pega de surpresa
Em liberar de emoções...


Você é meu amigo especial
Faz um filho em mim
em rabiscar de minhas inquietações..


Seu papel ..
é um devorar de meus sentimentos
multiplicando um outro ser
que me denuncia



Ana Maria Marques

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Em flor

Semeei ventos e tempestades
nas trincheiras quotidianas

belicosa essência ancestral
nos campos da sobrevivência

até que fui rendida
na origem uterina
que em mim, corpo lúteo
falou mais e melhor

pintou meu avesso
rubro vibrante
com as cores petaladas
de canteiros fartos
e férteis

e o mundo acordou
muito mais cor

de rosa.

Malu Sant'Anna

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

DENSIDADE



toda a manhã procurei
esconder dos teus olhos
esse peso na alma,
essa inquietude,
essa fome.

é pouca coisa ou, quase nada
um vago temor,
um medo que me espalma
sem pressa
apesar da calma
disfarço,
deslizo.


me escondo,
dentro da folha branca
procurando
sílabas,
palavras,
salvação
nesse poema que me entala

te engano,
te beijo
e sigo

esforço tenso
em tentar ser
densamente leve,
levemente densa



sábado, 17 de outubro de 2009

Da parte que me cabe




Os pensamentos não me cabem mais
Atravessaram a Av. Conceição
Em alta velocidade,
Mendigaram aos estranhos que passavam:
-Piedade!

Os cacos já não colam mais
Espalharam-se pelo corredor
E não há cola que dê jeito

As teclas do computador e meu coração
Desbotaram na s pontas dos meus dedos
As letras estão decalcadas
Nos meus medos e defeitos,

Do que sobrou sobre a mesa da cozinha
Foram as picuinhas e o pão que embolorou,

O café esfriou, não uso garrafa térmica
Consumo tudo no calor dos momentos,

Alimento-me agora da fé de outrora
E de alguns fragmentos.

E dôo sem medida e previsão
Pois ainda me resta da vida um quinhão,

Quero a parte que me cabe neste vasto mundo.







http://www.designup.pro.br/files/insp/thumb300x300/1250519367.jpg

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Culpa




Cheguei cansada,
Colhi as flores,
Murchas, coitadas,
Descoloridas, empoeiradas,
Pareciam mortas.

Reguei as flores,
Como sangue em carne viva,
Dilaceradas, de pétalas escorridas
No ralo da pia.
Não ressucitaram.

Agora vão me culpar por todas as queimadas da vida.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Black is Beautiful - Flá Perez


                                                      Arte: "The Dance" de Marco Angeli

 

A negra pele tua


- carne firme e nua -


não me quer
deixar
um só momento.


Teu tesão,
latejando em meus lençóis,
não me deixa nunca
o pensamento.


Acaricio,
seios, ancas, coxas
( lugares onde
fizestes
essas pequeninas
marcas roxas)


seus-meus dedos
deslizo:


e transformo
saudade
em gostoso
tormento...


Contrafeita
satisfaço-me,
plenamente insatisfeita.


O telefone toca
e te ouço, rouco:


- Quero mais , meu amor
quero sempre!
Porque um dia, benzinho,
 é muito pouco!

Esse poema foi selecionado e publicado
na Antologia Vide-Verso, Editora Andross 
em 2008 e modificado hoje.

sábado, 3 de outubro de 2009

Medo

Acordo regada em suor novamente.
As marcas de seus dedos arroxearam meus braços, ainda sinto a dor. A alma esfacela-se em lembranças antes julgadas mortas, despertas por um grito surdo, tenso.
Demoro-me a descobrir a nudez dos pés, desprotegidos, solitários.
Teu rosto ecoa em minha mente como espectro real, sobrevoando meus pensamentos mais obscuros. Luto com isso, digladio contigo. Por quê? Sempre pergunto. Mas percebo que muitas respostas ficam abstrusas, perdem-se em esquinas de enleios soltos.
Brigo com Deus, mas me lembro que as pessoas são obtusas e livres.
Foram anos, primeiro meu pai, depois você. Declarara cuidar, por ter-me tirado de sob as asas de minha mãe. As lágrimas ainda vêm furtivas quando me lembro, sem esforço, antes como memórias convulsivas.
O que farei com os pedaços da alma quando me vem o chão e quebra-me a racionalidade?
Nunca disse que não poderia viver sem a sua presença, mas acostumei-me a ter rédeas, às vezes curtas.
E a liberdade? O que faz um pássaro domesticado que tem sua gaiola aberta de repente?
No começo eu chorei, não sabia por onde ou como voar. Estava acostumada à desordem da prisão suja. No entanto, quando senti a primeira brisa da manhã, gelando as lágrimas recém secadas, pude notar o sol com outros olhos.
E voei. Senti-me livre. Sem rumo no início, mas encontrando logo o caminho.
As lágrimas, contudo, teimam em me açoitar algumas vezes. Principalmente nas noites solitárias em que anseio por um outro tipo de liberdade que já conheço de vista.
E os teus gritos ainda agridem meus sonhos; e minha alma ainda tem as marcas; e o coração ainda chora as feridas. Tento te matar, mas você continua me afrontando com um riso irônico bem vivo. Está longe, fora das vistas, contudo.

domingo, 13 de setembro de 2009

Descortina-me a alma adormecida

.

Os ventos rasgam forte o meu medo

A chuva irrompe o silêncio
Os trovões soam angustiantes
No espetáculo que se impõe...

Gotas incendeiam meu adágio
Que estremece nas entranhas
Cortantes de expectativas
E congelam na memória

Vivi as teias traçadas pelo destino
Mas não vivi os desejos reprimidos...
Marcados pelas pedras e tempestades

Vidas desafiam e desfiam o tempo...

Nuvens afagam lágrimas que caem
E enlaçam as dores cristalinas
Da lua escura que se distrai em cólera
Em júbilo junto à noite que desencanta

E sob a indiferença dos céus indigentes
Descortina-me na inerte alma adormecida.
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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

rabisco mudo



.


Gritei. Por medo. Por dor. Por nada.
Grito redondo, gordo, insensato.

E vazia. Talvez te chamasse
Fossem desmedidos meus dias

Não tivesse calculado,
Previsto, desenhado
O minuto a minuto.

Tudo.

Confunde-me a sobra que se arrasta
No silêncio

Não há desvario.
Minha confusão
não tem voz.

Preciso
só o rabisco mudo
do teu nome
na memória.

Sortilégio burlando e
invadindo meu dia.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Willien Nidden - Flá Perez


Era um viking assim diferente,
quase elegante.


Um whitman que, de repente
pediu pra cuidar de mim

e nada ficou como antes.

Por certo causou-me estranheza
esse deus meio hyppie,
poeta caeiro,
com jeito de príncipe.


Mas ele foi como veio:
mansa mancha amarela
no olho pisado


de azul fera.



Convido todos para o lançamento do meu livro

"Leoa ou Gazela, todo dia é dia dela"

na Livraria Cultura Shopping Iguatemi Campinas,

dia 11/09/2009 a partir das 19:00 horas .

E para o lançamento e noite de autógrafos em São Paulo,

que acontecerá durante o XXIII Sarau Politeama Diverso:

Data: 15/09/2009 Hora: 20 h 46 m

Local: Fidalga 33

Rua Fidalga, 32 – Vila Madalena

Tel: 3032-7346

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Saudade Não É Bem Assim



Saudade Não É Bem Assim
by Cris Linardi



Às vezes me esqueço da dor
Esqueço-me quem sou
E o dia mascara o sofrimento
A saudade não é tua
A vontade agora é nula
Sinto falta do momento
Calamidades sentimentais
Acumulam-se nos vendavais
Quando a ausência incita o sentimento
A verdade, sei agora
Talvez já soubesse outrora
Mas não sinto falta de seu beijo
O que fica, isso entendi
É a ausência, o que perdi
E não a pessoa que um dia esteve aqui dentro


Poema simples que fiz no começo de uma nova fase da minha vida, quase um parto; não que poesia a gente tenha que explicar...

domingo, 30 de agosto de 2009

Cristina Linardi é o pseudônimo de Aline Nardi, uma bauruense adotada por Campinas-SP, de 30 anos de idade, apaixonada por literatura desde criança. Apesar de escrever desde os 12 anos, somente agora resolveu começar a expor suas obras. Mãe de um casal de filhos e estudante de Letras, Cristina publica seus textos no site Recanto das Letras e também no Bar do Escritor, e recém lançou sua primeira crônica na antologia Novos Talentos do Conto Brasileira pela CBJE.
Cris mantém um blog http://cristinalinardi.blogspot.com, onde publica mensagens pessoais e alguns de seus textos literários.

sábado, 29 de agosto de 2009

Impressões de IndiaOnhara


Gosto do Silêncio e no Silêncio d’Alma
versos livres desafiam enigmas da vida
e as impressões de mundo em tramas poéticas.
Se eu pudesse voltaria ao útero da terra
despontaria feito pássaro
voaria tão alto ao encontro da luz e
no alto de minha aspiração
lágrimas jorrariam em cachoeiras de amor.
As cores se fariam em arco-íris
os sentimentos dolorosos na memória
deixariam de persistir
em tirar-nos a beleza de existir...


Atenuantes...
(Sonia Cancine)

------------------------------

.
Afrontas imperam
N’alma em veemência, implacável.
Gritos silenciosos respiram
Desejos contraídos na pele da dor

Cheiros e toques
Indispensáveis bálsamos
Na efígie do olhar...

Lenitivo cicatrizante
Dos complexos viscerais

Atenuantes...

E assim através de minhas impressões espero poder contribuir pelo menos um cadinho para tornar este cantinho, o mais acolhedor possível. Muito obrigada, Paulinho!
tum tum tum

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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Me se apresentando




Espero ajudar a construir esse lugar como se contrói uma casa, com carinho e disposição
Aos que me conhecem, devo muito a esse homem maravilhoso, que antes de pensar em si mesmo, pensa em nós, meros seres se aventurando pela escrita: Paulinho Dhi Andrade. Como sabem, sou arrojada, abusada até, mas justa, dou valor aos atos bons.
Aos que não me conhecem terei prazer em me mostrar, mas, como sou, não como me desenharam. Por isso tire a máscara e me leia, pode ter certeza de que minha escrita está com o rosto descoberto. Seja bem vindo (hehehe).




Instinto



Sombras, silhueta de homem
Músculos e contorno
Um leve brilho de faca nas mãos
Um cheiro de morte no ar
Um misto de gozo
E o último beijo


Me Morte

Inauguração

Bom, pondo os pés nesse cantinho, vou logo contado que não gosto de coisas muito sérias. Não precisam me tratar por "Jessiely Soares", se me chamarem de Jessie, eu atendo. :)

Gosto dessa aventura de escrever. Há pessoas que gostam de rapel... Eu gosto dessa adrenalina que há em se matar um leão por dia, para tentar viver de literatura.


Deixando de introdução, quero contar que vou deixar duas coisas nesse blog, além de poesias:
* Novidades sobre exposições pelo país, fotos daquelas que eu tiver acesso.
* E todas as coisas que cercam aqueles que se aventuram a escrever.

Espero que consiga ser útil.



Beijos,


Jessie.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Iriene Borges


Iriene Borges nasceu em Foz do Iguaçu em 1978, atualmente mora em Curitiba. Tem estilo próprio nos versos mudos de seus poemas. Mudo no sentido de não precisar fazer barulho para ser entendido. Com sensualidade provocadora e intimista seus versos levam à utopia do possuir e não ter... A poeta participa de diversas comunidades literárias, sendo que a que mais participa é o Bar do Escritor.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Clau Assi


Nasceu em 1965, no dia 06 de outubro no interior de São Paulo. Tem poemas publicados nos jornais: Jornal Alto da Madeira, de Porto Velho- Rondônia. Jornal Pedra Lisa, de Itabira- Minas Gerais. Participou da Colettânea Poetas Del Mundo em poesias no ano de 2008. A Porta do Coração, do poeta Théo Drummond.
Ela posta seus poemas no blog: poesiacaela.blogspot.com/ e também participa da comunidade literária Exposição "MULHERES NUAS".

Heloisa Galves

Criadora e proprietária da marca AlémdaLenda. Começou como autora e ilustradora de livros infantis pela Melhoramentos, Global, Abril Jovem, Maltese, Outras Palavras, Alemdalenda Editorial, Edições Loyola e Moderna.
É consultora editorial da Editora Gaya-Global

Angela Oiticica


A autora tem dois romances publicados: Rochyes e Sambaya Blondy Quetzacoatl.
Também um livro de poemas: Krikiroa (...parceria com José Vagner) Vários trabalhos publicados em revistas e jornais. Escreve em inglês para o site: fanstory.com como Angela Oiticica.

Rita Meduza


Membro atuante no Bar do Escritor, a poetisa Rita Meduza costuma participar costumeiramente de oficinas de contos, teoria poética e rascunhos na Casa das Rosas em São Paulo. Posta seus textos na revista eletrônica Estalagem

Patrícia Gomes


Escreve poemas por intuição, como quem desabafa. Seus poemas possuem uma espécie de lirismo erótico.
Mora a 19 anos em Uberlândia, portal do Cerrado brasileiro.
É membro atuante da comunidade literária Bar do Escritor.

Maria Julia Pontes


É graduada em Letras pela UNIFEV de Votuporanga-SP. Pós graduação em Práticas e Vertentes da Língua Portuguesa e Literatura pela UNINOVE-SP.
É autora do livro de poesias: Língua Expressões Poéticas-THS Arantes Editora, 2008.

Erica Cristiane


Paranaense de Santo Antônio do Paraíso, segundo suas próprias palavras ela ainda está no caminho do aprendizado poético.
Ainda por ela mesma: "Apenas sinto com a poesia um efeito que seda e liberta, pois acredito na sua geração espontânea e escancarada, mas também acredito na sua tristeza sutil.".
Seus textos podem ser lidos nas comunidades literárias no Orkut: Exposição MULHERES NUAS e Bar do Escritor.

Josiane Ükma


É uma bibliotecária gaúcha de 32 anos de idade. Segundo suas próprias palavras ela é batizada com cachaça pelo inventor do surrealismo Tupy-Folclórico pelo nome de: Tarsilinha Verbal.

Flá Perez

Nascida no Rio de Janeiro mora atualmente em Campinas. É autora do livro de poesias "Leoa ou Gazela, todo dia é dia dela", pela editora UTOPIA. Recebeu menção honrosa em concursos literários da Academia Niteroiense de Letras e do Sindicato dos Comerciarios de Limeira. Atua como moderadora da comunidade literária: Exposição Mulheres Nuas.

Monica San


Nasceu na capital paulista, mas vive atualmente em São José do Rio Preto, interior de SãoPaulo.
Alcançou o 2º lugar em poesia no l prêmio Cidade de Rio Preto em 2008. Ainda em 2008 conseguiu o 1º lugar no concurso da Poemateca. Criadora e moderadora da comunidade literária "Café com as Letras" no Orkut. É membro da Cooperativa dos escritores de São José do Rio Preto, CERP.

Claudia Duarte


Mineira de Belo Horizonte aos 32 anos a poetisa também é artesã. Seu estilo é intimista, romântico e bastante sentimental.
É fundadora do "CANTINHO POÉTICO DOS AMIGOS"
É membro participante da comunidade literária: Exposição "MULHERES NUAS"

Larissa Marques


Poeta, artísta plástica, nascida em Itumbiara interior de Goias, reside em Sobradinho Distrito Federal.
Moderadora da comunidade literária Falópios.
Segundo ela mesma sua inspiração poética vem de: Simone Beauvouir, Virginia Woolf, Hilda Hilst, Lou Salomé, Ana Cristina César e Anaïs Nin.
Proprietária da Editora UTOPIA: www.utopiaeditora.com
Autora dos livros: ENTRE O NEGRO E O NADA; INFERNOS ÍNTIMOS; O OCO E O HOMEM; entre outros artesanais e antologias.

Ro Primo


Formada em pedagogia, profissional de direito autoral. Em um estilo literário diversificado. Começou a escrever aos doze anos, "_Pra poder caber no mundo, pois minha alma é maior que o corpo e a maneira que encontrei pra abrigar essa parte que sobrava foi através da escrita". Diz ela com as própria palavras. É fã de Cazuza, e segundo ela, somente ele a entenderia. Seu mantra sagrado é: "A gente só tem o que merece!"
Escreve com a intenção de mexer com os mais profundos sentimentos das pessoas. É membro ativo da comunidade literária "Bar do Escritor".

Carolina Lima


Amante das artes desde nova. É formada em psicologia e ingressou no mundo das letras recentemente. Publica seus textos em comunidades literárias e em seu blog: www.poetizomeumundo.blogspot.com
Participa da comunidade literária Exposição "MULHERES NUAS".

Jessiely Soares


Barbara Leite


É poeta, compositora, produtora cultural e administrativa financeira. A primeira recordação do universo literário vem da terceira série primária onde produziu dois livros para a feira da escola. No ano seguinte foi apresentada à poesia de Vinícius de Moraes e Cecília Meireles. Aos dez anos de idade escreveu seus dois primeiros poemas.
Participa assiduamente do Sarau Politeama e na comunidade literária Bar do Escritor.

Malu Sant'anna



Gaúcha, nascida em 31 de dezembro de 1967. Atuol como reporter no jornal O Progresso durante 17 anoso, jornal este onde ela começou a publicar seus poemas. Publicou na Antologia da Moderna Poesia Montenegrina (1986)
É membro da comunidade literária Exposição "MULHERES NUAS".

Allanna Menezes


Lena Casas Novas


Giselle Sato


Lili Ribeiro


Carla Abreu


Sonia Regina Cancine- Índia Onhara


Mali Ueno


Ivone fs



Ivone fs, paulistana, graduada em Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar. Poetisa amadora. Pública seus textos em blogs e comunidades literárias na internet.
Blog: http://ivonefs.blogspot.com
Comunidade do Orkut: Bar do Escritor
E-mail: ivone_ivonefs@hotmail.com

Rosa Cardoso