terça-feira, 24 de maio de 2011

REDENÇÃO


  1. (Lena Ferreira)


  2. Porque tua pausa parece infindável
  3. e tua lira é ópera inteira; orquestra
  4. tocando a partitura dos meus poros
  5. em notas tão perfeitas e sonantes

  6. Porque teu verso parece inverso
  7. e tuas letras, crianças peraltas
  8. aprontando fuzarca no meu sítio
  9. trazendo ventura pros meus dias

  10. Porque teu verbo parece silente
  11. e teu silêncio, é grito mudo, eterno
  12. suplica por peles cruas, pelos nus
  13. causando espasmos na alma casta

  14. Porque tua causa parece urgente
  15. e tuas promessas perfeitas, cabíveis
  16. imploram ao deus grego e pagão
  17. pela redenção de um pecado imortal...

  18. Porque teu porquê é tão insistente
  19. não podes perdoar-te eternamente...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

SEDUÇÃO (MARCO MEU FILHO)

SEDUÇÃO








Não sei controlar minha paixão,

Me toma em teus desejos e devaneios,

E abraça minh'alma sem rodeios,

Acelera as batidas do meu coração.



Como posso conter essa paixão,

Se estás em meus sonhos e na realidade,

Me digas, me contes a tua verdade,

Que mostro o caminho da sedução.



Ah...que faço com essa atrevida paixão,

Que rouba meu tempo, me deixa feliz,

Me faz maluco, me enche de amor,



E com tua artimanha e persuasão,

Conturba minha mente, sempre que diz,

Eu quero esse Homem, o meu sedutor.









Marco Antonio de Alvarenga

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Silenciar dos Anjos

(Sonia Cancine)


Na calada fria da noite escura
Ao ouvir o sussurrar dos Anjos
Emudecem-me os sentidos

Um olhar de olhos infindos me vigia...

Inquieta, reverencio o tempo
Onde o aqui agora nem perto nem distante
Canta junto ao meu coração e
Entrego-me na finitude de tudo o que sou.

Em meio a nuances e tormentos
Teço traçados desalinhados em cunho e
Perco-me neste labirinto de metáforas.

Um Anjo tetro num recôndito invisível
Pelas vias/mente, algoz - a morte me anuncia.
Peregrino pela campina verde e me deito no sereno.

Sonho (de novo) ao ouvir o gorjeio das gaivotas

O murmurinho das águas do mar e do vento.

O perfume que exala das flores
Cintila na aparição do céu inexorável
E me liberta do cárcere em que vivo.

Será loucura de meus pensamentos?

Luto para fugir do mal que me assola
Montada no meu cavalo indomável
Na noite sombria à luz da Lua nua.

Meu destino, minha senda
Que transita entre o céu e o inferno
Como vidro se despedaça no chão.

Alço finalmente de asas abertas, à Luz ao final do túnel.
Vencendo o vento angario do pó alma minha e

Do efêmero isolamento - vôo como fênix em direção ao Sol.


blog | twitter | facebook