terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Muitos carnavais

MARIANA VALLE

Não quero só o teu corpo
e alegorias.
Nem muito menos as fantasias,
purpurinas e maquiagem.
Quero todo o teu enredo,
e a letra do teu samba.
Também o batuque
do teu coração.
Quero teu ritmo,
e tua comissão de frente.
Quero tuas alas,
tuas falas e tua mente.
Quero ser teu mestre,
sala,
cozinha
quarto e banheiro.
Quero ser tua porta-bandeira.
Quero ser tua rainha
de bateria.
Quero toda tua harmonia
nota dez.
Mas não quero ficar na plateia,
nem no camarote ou na cadeira.
Também não quero só desfilar.
Vim para ficar
o ano todo
e por muitos carnavais.

Para ler outros textos da autora, clique aqui.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

No Limite





Corri

Sob luz de faróis

Para fugir do castigo



Na cama esperava

O chicote

O falo

E o sorriso.



No gemido o atraso interveio

No estalo o umbigo

Refletindo a que veio




E você no espelho...



Me Morte



domingo, 7 de fevereiro de 2010

Letras em Teu Corpo - Flá Perez

Como Chico Buarque,

fazemos poesia e amor até bem tarde.
E ela acorda cedo de manhã.

Beija minhas costas, me acarinha .
Eu a puxo de volta, vasculho seu corpo,
encosto todo meu desejo nela.

Mulher que penso submissa, abelha rainha ,
se desvencilha e sai apressada.

Durante o dia sinto seu cheiro em minhas mãos, nos lábios,
refaço cenas, passo a passo.

À noite, quando chego da minha lida, a encontro na cama,
cabelos molhados, adormecida.

Por um tempo velo seu sono,

- algum tremor passageiro, algum sonho –

Não me contenho:
exploro, farejo, beijo.

Minha felina se estica,
abre seu sorriso mais lindo,
abre as pernas e me recebe.

Quente, quente, quente!.
Então começamos tudo de novo...

Ah! vida meio vagabunda essa da gente!
Que não acabe nunca!

(Repostagem de 03/11/007, com vídeo).

Cesar Veneziani declamando no Politeama:

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Queria Te Ver



Queria te ver
Nem que fosse só pra perguntar como estás
Queria te ver
Só pra te olhar e ouvir teus lamentos
Te ajudar com teus anseios
Ser teu alento, candeeiro
Lâmpada, luz
Queria te encontrar
Ver teu rosto cansado
Se transformar com um sorriso meu
Se iluminar com um brilho meu
Uma canção de ninar que guardo no peito
Só pra ti, só pra ti

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Soneto a Eros e Psiquê













Num aparte da nossa oração conjugada
nossos verbos tocaram um acorde infinito
nosso eco rompeu viscerais madrugadas
nossas partes fundidas num coito balido

Foste o grito em meu ventre há muito perdido
Fui teu ego acalmado na chama sentida
minha pele em teu corpo, o frio aquecido
teu prazer em min'alma, um sopro de vida!

Nosso algoz foi o tempo cravando o passado
no leito onde Eros transbordava seu leite

Despertando a Psiquê no aparte do amado
jorra o sangue vertendo lembranças tardias
de um ardor trespassado no puro deleite
acordando, d'um sopro, duas almas vadias!

Monica San