quarta-feira, 10 de abril de 2013

Explicando o Inexplicável

          
 
           Há tempos o amor tem inspirado poetas e escritores. Como uma palavra de significado tão simples pode se mostrar tão complexa? Pode-se chegar do amor ao ódio em minutos, segundos talvez...
           Existe uma infinidade de “amores”, todos entrelaçados, como destinos que se cruzam.
           O amor entre um homem e uma mulher. Ah! As paixões breves! Amor que arrepia! Que dá batedeira! Calafrios! Amor que faz chorar, querer morrer, amor sofrido! Amor de renúncias, escravidão, entrega, possessividade, ciúmes, mágoas, incertezas, decepções, ódio... Como se procura esse maldito modo de se morrer aos poucos! No início se sente renascer em atitudes infantis, atos adolescentes. No meio um turbilhão. No fim saudade, ódio, às vezes solidão. Cada um ama de um jeito! Cada um termina de outro... Nunca se sabe!
           O amor ao próximo, como o de Santo Agostinho. Amor de entrega desinteressada. Amor de renúncias pessoais, de compaixão, de solidariedade, de comprometimento com a justiça. Amor de irmãos, companheiros em infortúnio, caridade! Amor a Deus! Amor ao próximo como a si mesmo!
           Amor ao país, a sua cultura, seu lugar de origem. Esse amor causa muita dor quando se está distante. O amor que define “saudade”. 
           Amor dos campos de batalha, que nos faz egoístas, frios e sanguinários. Que nos empurra às atrocidades. Amor dos homens de antigamente, que não aparece mais nos corações dos brasileiros. Graças a Deus! Chega de morrer por amor!
           São tantos os tipos de “amor” que muitas vezes confundimos, usamos, mentimos, matamos... Tudo em nome dele. Hipocrisia! Mal sabemos, que amor de verdade não mata, gera! Não fere, afaga! Jamais se define... Apenas se sente! Ama-se apenas... 
 
 
 
MP/Me Morte
 
 
(Crônica selecionada para a antologia do site Galinha Pulando - 2013)

terça-feira, 30 de outubro de 2012


SÁBADO 03 DE NOVEMBRO
ÀS 19:30 HS NA CASA DAS ROSAS
TEM SARAU A PLENOS PULMÕES
Lançamento do Livro da poeta Flá Perez , "POESIA SE ESCREVE COM T"
ENTRADA FRANCA MICROFONE E PALCO ABERTO
Av. Paulista , 37 Casa das rosas
Apresentação : Marco Pezao, Carlos Galdino e Jaime Matos





quinta-feira, 15 de março de 2012

A Candeia & Alqueires

(Sonia Cancine)
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Do alvedrio espelhado
- pela candeia -
Um cheiro de rosas
Um brilho nos olhos
Ilumina-me os lábios
Na taba sombria.

Derramo a lágrima oculta
Uma fotografia à tua alma

Um cheiro de canela, pimenta e chocolate no ar.

Sorrio,
- como pequenina pétala de cristal
Como se fosse partir devagarzinho
[ao leve contacto com o ar]

Como se tudo fosse parar agora -

E cantos baixinhos me aconchegam
- como se quisessem me embalar -
Sussurros
- saltitam de lá para cá –

E bailo com as mãos
- e como se me escondesse
fecho os olhos
e contemplo o amanhecer -

O vento acaricia-me a face.

O cheiro da terra
O frescor da bruma
O sabor do vento
Trazem-me um sorriso.

Vislumbro
Passos, tatuados à beira-mar
Segredos, numa caixinha de pandora
O bater das asas dos pássaros
O curso dos rios e mares
Os saltos das águas em cachoeiras
O brilho da Lua...

Colho dos cestos floridos, o passado.
E sei que nada disto me é eterno, nada é meu.

sábado, 14 de janeiro de 2012

A Pescadora de Luas

(Sonia Cancine)
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Eternizam-se na memória
- no embalo do vento -
Absorvidas pelo nó sorvido
- com gosto de maçã -
Emoção em gotas cítricas e hortelã.

Das pupilas e das contas d’água
- do verde mar de seus olhos -
Da bruma espuma, nódoas de solidão
O vinho escorre nas veias, rompendo o chão.

Arranco calhetas e cascalhos
Do ferrolho de meu peito
- sou pescadora de Mim -
Húmus mudos
Fragmentos que perdi...

A Luz espalha o seu aroma
Na Terra que fenece
Irrompe em tempos estranhos
Onde se tinge de sangue
Precipita-se ao Sol e
Só se detém, ao amanhecer.

Vislumbro o oceano
- no marejar de meus olhos -
E ao trazer a alma azul do mar e do céu

Eu chorava ao voltar para a Terra.

O imaginário da Lua inspira-me
- a mulher guerreira -
No fundo do lago ou de Yaci...
Qual espelho da Lua, na face refletida

O antes e o agora
- pescadora e cavalgante -
De águas e terras distantes
Neste agreste mundo aquoso

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Grand Ópera verídica


Se a mezzo-soprano
te soprasse uma promessa
descuidada e apressada:

Vivaldi nos auto-falantes...
Mozart, rock., tecno-funk...
se a mezzo-soprano
sussurrasse:
...Inquieto esse desejo!

e te desse esse beijo
transformasse tesão
em fato ,
em ato
num canto qualquer...
será que te esqueceria?
será que seria mais fácil?

Fetiche,
Lapso,
Regente,
Saxofone e harmonia

o coro canta
cuidado!
e ela sussurra:
que se dane!

se a mezzo-soprano
descuidada e apressada:
tropeçasse no ar

vivaldi soando
funk, punk
e o tombo
sonoro
retumbante

Braços abertos
Como asas, planícies,
Balé, vida e a voz ressonante que
Insiste e
Incide...

Se ela sussurrasse:
e te desse esse beijo
transformasse tesão
em fato, em ato.
num canto qualquer
mozart,
rock... electronic music
colapso.
Inquieto esse desejo!

o coro canta
cuidado!
e ela sussurra:
que se dane!

Na noite mal cuidada
de vodka,
vivaldi, lago dos cisnes,
nona sinfonia

Ele, moreno,
Contratenor, Dj, hinduísta.

Com ela, a mezzo-soprano
num drama musical;
Grand Ópera verídica
de uma vida insone.

o coro canta
cuidado!
e ela sussurra:
que se dane!



(Rosa Cardoso e Jessiely Soares)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Verdadezinha

Tua língua no meu umbigo
- nem ligo-
ando melancólica baby
as cócegas eu nem sinto
perdi o tesão, quem diria
bem sabes... eu nunca minto

  Monica San

segunda-feira, 13 de junho de 2011