sábado, 14 de janeiro de 2012

A Pescadora de Luas

(Sonia Cancine)
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Eternizam-se na memória
- no embalo do vento -
Absorvidas pelo nó sorvido
- com gosto de maçã -
Emoção em gotas cítricas e hortelã.

Das pupilas e das contas d’água
- do verde mar de seus olhos -
Da bruma espuma, nódoas de solidão
O vinho escorre nas veias, rompendo o chão.

Arranco calhetas e cascalhos
Do ferrolho de meu peito
- sou pescadora de Mim -
Húmus mudos
Fragmentos que perdi...

A Luz espalha o seu aroma
Na Terra que fenece
Irrompe em tempos estranhos
Onde se tinge de sangue
Precipita-se ao Sol e
Só se detém, ao amanhecer.

Vislumbro o oceano
- no marejar de meus olhos -
E ao trazer a alma azul do mar e do céu

Eu chorava ao voltar para a Terra.

O imaginário da Lua inspira-me
- a mulher guerreira -
No fundo do lago ou de Yaci...
Qual espelho da Lua, na face refletida

O antes e o agora
- pescadora e cavalgante -
De águas e terras distantes
Neste agreste mundo aquoso

5 comentários:

  1. Índia querida, adorei vê-la mais uma vez por aqui. Beijão.

    "Eternizam-se na memória
    - no embalo do vento -
    Absorvidas pelo nó sorvido
    - com gosto de maçã -
    Emoção em gotas cítricas e hortelã.
    "

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Saudades das poetisas deste projeto... beijos...

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  4. Uma das minhas poetisas internédicas preferidas! Seu jeito peculiar de versar! Sônia, parabéns! Eu sempre te leio! Prometo comentar mais, estou em falta...Beijos

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